As Sete Linhas da Umbanda
As sete linhas da Umbanda
Embora seja um dos assuntos mais difundidos, através de músicas e pontos cantados, ainda é um assunto bastante desconhecido por muitos umbandistas.
As sete linhas é um conceito antigo, que teve sua origem no início da umbanda, mais precisamente na década de 30 com Leal de Souza.
Leal de Souza era dirigente de uma das sete Tendas de Umbanda criadas por Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas; também foi o primeiro escritor a falar sobre a Umbanda.
Leal de Souza publicou em 1933 um livro chamado O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas da Umbanda, este foi o primeiro livro a falar sobre a umbanda e neste livro Leal de Souza apresenta pela primeira vez o conceito das Sete Linhas da Umbanda.
Neste livro são apresentadas as sete linhas da umbanda (nesta ordem):
Linha de oxalá
Linha de Ogum
Linha de Oxossi
Linha de Xangô
Linha de Iansã
Linha de Iemanjá
Linha das Almas
Estas linhas foram apresentadas por Leal de Souza, conforme orientações do Caboclo das sete Encruzilhadas, pois Leal de Souza frequentou durante vários anos a Tenda Nossa Senhora da Piedade antes de ir dirigir a Tenda Nossa Senhora da Conceição, que era uma das sete Tendas criadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.
De uma maneira simples podemos dizer que estas sete linhas são agrupamentos de entidades espirituais que trabalham na umbanda, e que possuem características semelhantes, ou em outros termos, possuem afinidades espirituais na forma de se manifestarem e realizarem seus trabalhos espirituais.
É a partir destas sete linhas (principais) que se formam todas as demais falanges de trabalhadores da umbanda, sejam de Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e Exus.
Para cada linha existem pontos riscados e cores que identificam a vibração.
Leal de Souza identifica as cores da seguinte forma:
Linha de Oxalá – Branco
Linha de Ogum – Vermelho (encarnada)
Linha de Oxossi – Verde
Linha de Xangô – Roxa
Linha de Iansã – Amarela
Linha de Iemanjá – Azul
Linha das Almas – Preta
Após quase cem anos, continuamos no Núcleo Mata Verde, a manter a mesmas sete linhas que foram as primeiras apresentadas por Leal de Souza, mas a partir de uma nova visão.
Seguimos no Núcleo Mata Verde uma doutrina chamada Umbanda os Sete Reinos Sagrados, que tem como ponto de partida a ação dos Orixás na formação do planeta Terra.
Sendo os Orixás potências espirituais cósmicas, e coautores da criação universal, conhecidos também como orixás primordiais ou como “engenheiros siderais”, a cada um foi designado uma etapa da formação do nosso planeta.
São estes os sete reinos sagrados e seus respectivos orixás regentes, a partir do processo evolutivo do planeta Terra (na ordem):
Reino do fogo – Ogum
Reino da Terra – Xangô
Reino do Ar – Iansã
Reino da Água – Iemanjá
Reino das Matas – Oxossi
Reino da Humanidade – Oxalá
Reino das Almas – Obaluaê/Omulu
Cada um destes sete reinos possui uma vibração espiritual primordial, que pela lei da afinidade espiritual forma o que chamamos de hierarquias espirituais.
A estas sete hierarquias espirituais estão vinculadas, pelas leis da afinidade e atração espiritual, os vários seres espirituais existentes, desde as mônadas espirituais, os elementais, os espíritos elementares, os encantados naturais, os espíritos da natureza, os espíritos (humanos), os mestres, os anjos e os orixás.
São estas sete hierarquias espirituais que chamamos de sete linhas da Umbanda no Núcleo Mata Verde (na ordem).
Reino do Fogo – Linha de Ogum
Reino da Terra – Linha de Xangô
Reino do Ar – Linha de Iansã
Reino da Água – Linha de Iemanjá
Reino das Matas – Linha de Oxossi
Reino da Humanidade – Linha de Oxalá
Reino das Almas – Linha das Almas
As cores que identificam as sete linhas são as mesmas apresentadas por Leal de Souza, com exceção da Linha de Xangô onde a cor é o Marrom.
A força das Sete Linhas se faz notar em todos os seres e lugares, elas são responsáveis pelo equilíbrio da natureza e da vida.
Todo espírito que se manifesta num Terreiro de Umbanda, sempre estará vinculado a uma das sete linhas da umbanda, podendo em alguns casos estar cruzado com outras linhas, seja ele um Caboclo, Preto velho, Criança, Baiano, Boiadeiro, Marinheiro, Cigano, Exu etc…
Saravá Umbanda!
Saravá as Sete Linhas da Umbanda!
São Vicente, 28/08/2014
Manoel Lopes – Dirigente do Núcleo Mata Verde
Boa noite. esta sequência de linhas quase não se encontra por ai…. Pego como exemplo a Linha de Oxalá: Oxalá não é chefe de linha, Ele é um tipo de mentor da Umbanda inteira. Se costuma colocar nesta linha, a descrição de vários santos… Ora, que eu saiba ninguém encontra santos trabalhando em médiuns nos terreiros… Isto é um grande equivoco….. Outro detalhe muito importante, é a relação de Orixás com a Umbanda. Na pratica de verdade, Eles são apenas do Candomble, Santeria, etc.. mas jamais da Umbanda…. A querida Umbanda é feita de “Guias” e apenas “Guias”. Hoje em dia misturaram muita coisa na Umbanda e eu diria que a verdadeira raiz ficou para tras…. Nada contra o artigo, esta bem escrito e bem colocado, apenas expressando a minha opinião. Grande abraço. SOL777
Olá Sol,
Agradecemos sua participação no Blog.
O Núcleo Mata verde segue uma doutrina umbandista, simples e bem racional.
Trabalhamos com o conceito de reinos, pesquise no Blog e vai encontrar vários textos explicando sobre eles.
Em relação a Oxalá é somente um Orixá, e tem como principal função a criação dos seres humanos (na mitologia africana).
Em nossa doutrina os orixás são pura luz, ou seja, espíritos puros, estão no topo da hierarquia espiritual.
No caso de Oxalá é o orixá responsável pelo 6º reino, que é o reino da humanidade ( é o nosso reinos ).
No caso das linhas de trabalho existem várias entidades que trabalham na vibração de oxalá. São entidades de muita fé e muita espiritualidade.
A cor deste reino é o branco. Então toda entidade que agrega a cor branca ao seu nome trabalha nesta vibração, podendos er cruzada com outras vibrações dos outros reinos.
Caboclo Guaraci , Caboclo Pena Branca, Caboclo Águia branca, Caboclo Pedra Branca, Caboclo Estrela branca etc…
Também existem Guardiões para cada reino, e no caso do reino da humanidade na vibração de Oxalá não é exceção.
Exú Sete Encruzilhadas trabalha também nesta vibração. E assim por diante…
Linha de Cosme e Damião também vem nesta vibração, pois vibram a pureza e alegria.
Abraços…
Manoel Lopes
O que na realidade, após mais de 40 anos de vivência dentro da Umbanda, é que ao depararmos com os rituais e aspectos existentes nos terreiros, verificamos que existem vários segmentos seguidos por estes: Uns seguem a linha Cristâ, onde palavras, ensinamentos, imagens, são todas convergidas para religião cristã, outros que se baseiam seus ensinamentos em Kardec, que não admite, imagens, velas, e tantas outras coisas, também vão exercer a linha cristã. Porucos são, os que encontrei que seguem realmente a linha dos Orixás com seus aspectos, suas formas de agir, seus cânticos, o que aliás, para mim nada haver a contestar mesmo porque a criação da Umbanda, Zélio, fez questão por meio do seu caboclo 7 encruzilhadas de dar nomes aos terreiros criados por ele de Nossa Senhora.
Saravá.!