Felix Nascente Pinto
Quando escrevemos o texto “A origem da doutrina” comentamos que iriamos desdobrar o texto com maiores informações.
Mencionamos o Primado de Umbanda e o Sr. Felix Nascente Pinto, medium do Caboclo Arranca Toco e Presidente do Primado de Umbanda no estado de SãoPaulo.
Agora estamos apresentando um texto retirado do Jornal de Umbanda Sagrada, que é uma pequena biografia do Sr. Felix.
Acreditamos que é muito importante para todos os integrantes do Núcleo Mata Verde conhecerem um pouco mais sobre a história da nossa casa e suas origens, penso que todos precisam conhecer e seguir o exemplo destes umbandistas que fizeram a história desta maravilhosa religião.
O Núcleo Mata Verde fica localizado na cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo e próximo da cidade de Praia Grande.
Para aqueles que residem na região, tenho a certeza que ficarão surpresos, ao descobrirem as razões de existir naquela cidade um bairro chamado ‘VILA MIRIM“.
Também destacamos a participação do Sr. Felix nas festividades de Iemanjá no litoral Paulista, a festa é considerada a mais antiga e concorrida festa de Iemanjá do estado de São Paulo.
Na Vila Mirim existe a Estatua de Iemanjá, que possui 8 metros de altura.(ver imagem abaixo)
Outro marco importante é a composição e gravação do HINO DA UMBANDA nas depências do PRIMADO DE UMBANDA e com a praticipação da curimba do Terreiro do Sr. Félix Nascente Pinto.
Tenham uma boa leitura!
Manoel Lopes
Félix Nascente Pinto nasceu em 1º de Abril de 1900, em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro.
Em 1911, mudou-se para o então Distrito Federal. Aos 25 anos, sentiu sua primeira manifestação mediúnica, procurou então o senhor Benjamim Gonçalves Figueiredo, que possuía uma tenda de Umbanda na Rua São Paulo.
Começou ali, na Tenda Espírita Mirim, seu desenvolvimento como médium e umbandista. Assim amparado, e com muita vontade de trabalhar e pesquisar, começou seu estágio.
Em virtude da grande perseguição que naquela época sofria a Umbanda no Distrito Federal, achou Benjamim que o noviço Félix deveria ir para a Bahia. Foi então para Salvador, ficando com José da Silva Costa, da “Nação Angola”, e que também era conhecido como José do Mocotó, em virtude de morar na Rua do Mocotó, no bairro de Praia Grande.
Félix confessa: “Onde José da Silva Costa põe o pé, eu coloco a mão. Gostaria de ser um José do Mocotó. A ele rendo minhas homenagens e respeito.” Durante quase um ano, Félix ficou ali, até sua “feitura de cabeça”.
Após a revolução de 1930, transferiu-se para São Paulo, aí encontrando também bastante dificuldade e acirradas perseguições aos umbandistas, mas a sua fé era inabalável, e continuou seu trabalho graças à proteção dos Guias.
Félix queria saber mais sobre Umbanda e, voltando para o Rio de Janeiro, cursou com aproveitamento a Escola de Formação de Chefe de Terreiro (CCT), na Tenda Espírita Mirim, no período de 1937 a 1940 (conforme certificado exposto na sede do Primado de Umbanda).
Voltando para São Paulo, encontrou, no bairro de Vila Anastácio, um casal que muito às escondidas praticava a Umbanda, e aí Félix juntou-se a eles, continuando a praticar o culto. Passaram-se os anos, Félix percebeu que já estava na hora do Culto Umbandista impor-se.
Em 1950, fundou sua própria Tenda, a Tupã oca do caboclo Arranca Toco, só quando recebeu “alforria” – o “axé do santo” a ordem para montá-Ia , a qual até hoje funciona dentro dos princípios e ensinamentos deixados por Ele.
Em1952, apesar das perseguições e outras perturbações, resolveu levar a Umbanda para a rua, fazer uma grande festa pública. Com muito sacrifício, essa festa foi feita no SENAC, na Rua Galvão Bueno, no bairro da Liberdade.
Era em homenagem a Oxossi. Foram convidadas 11 Tendas do Rio de Janeiro e algumas de São Paulo. A delegação carioca era comandada pela pessoa que guiou seus primeiros passos, Benjamim Gonçalves Figueiredo, Félix foi convidado a criar em São Paulo, uma Delegacia do Primado do Rio. Assim, reuniu várias tendas em São Paulo, registrando-as no Distrito Federal.
O crescimento da Delegacia, entretanto, fez com que logo depois, em 1960, ele fundasse o Primado de Umbanda do Estado de São Paulo. Já havia, então, 70 tendas filiadas.
Hoje já passaram cerca de 2 mil tendas pelo primado, que continua com a mesma finalidade: congregar, defender e promover a Umbanda.
Daí para a frente, Félix aprimorou-se dentro da Umbanda, na preparação de médiuns, pois segundo suas próprias palavras: “Trata-se de algo muito complicado e profundo, mexer com a cabeça de quem tem “santo” de modo errado, causa grande dano.
Preparou em sua vida cerca de 400 médiuns “confirmados” e muitos estão com as suas tendas abertas, praticando a Umbanda e transmitindo os ensinamentos aprendidos.
Entre as muitas alegrias que teve no transcorrer de sua vida, a que do marcou profundamente este homem foi relatada por ele a uma revista chamada Umbanda, da Editora Alves Ltda., em 1973: “Já tive várias alegrias, mas, modéstia à parte, o que mais me alegrou aconteceu em uma festa de aniversário da Tenda Mirim: participavam dessa festa todas as filiais dessa tenda, umas 50, todas feitas por Benjamim, e cada qual com sua sede própria. Eu, na qualidade de dirigente de tenda aqui em São Paulo, chamando-o de pai como o chamo até hoje, tive a primazia, coisa que me comove até hoje, quando o Caboclo Mirim, que é o guia chefe daquela organização, passou para mim o comando da festividade.
Essa foi uma das maiores emoções que já tive na Umbanda, porque, francamente, eu não merecia receber tantas honrarias como recebi diante do chefe. Outras alegrias e emoções da vieram através de manifestações de espíritos em forma de caboclos, preto-velhos, exus, etc, que em um ato de magia têm realizado coisas maravilhosas.
Eu me sinto felicíssimo nesses 47 anos de Umbanda.” Participou em sua vida de vários momentos em prol da Umbanda:
Em 1953, realizou a primeira festa em homenagem a lemanjá na Praia Grande, com um grande número de tendas e médiuns.
No dia 8 de fevereiro de 1969, na Rua Maria Marcolina, nº 495, em São Paulo, “sede do Primado de Umbanda” e sede provisória do SOUESP, foram aprovados os estatutos em assembléia geral do SOUESP.
Posteriormente em 27 de junho do mesmo ano, a entidade foi registrada no livro A-19, no cartório do Primeiro Ofício de Registro de Títulos e Documentos, sob o nº 19.571, sendo este órgão fundado como I Congresso Umbandista do Estado de São Paulo, posteriormente, Comissão Executiva Permanente do Congresso Umbandista do Estado de São Paulo.
O Primado de Umbanda foi uma das entidades que organizaram este congresso, no qual, o Sr. Félix foi nomeado tesoureiro, tendo como presidente o coronel Nelson Braga.
Em março de 1968, representou o SOUESP no Almoço de confraternização da Família Umbandista do Vale do Paraíba.
Deu nome ao bairro Vila Mirim do município de Praia Grande (litoral paulista), em homenagem ao Caboclo Mirim, entidade de seu Pai Benjamim.
Foi um dos primeiros umbandistas a realizar festas em Ginásio, em que se reuniam um número muito grande de umbandistas. Inclusive, a revista Acontecimentos de Umbanda, em 11/1965, o chamou de “o realizador”, em referência à festa em homenagem a Oxossi realizada no dia 19 de Setembro de 1965, em comemoração ao 5° aniversário do Primado.
Em 12/1976, “seu” Félix já falecido, ganhou uma rua com seu nome. Foi o primeiro umbandista a receber esta homenagem.
No dia 06 de novembro de 1976, o Diário Oficial do Município publicou o Decreto 13.871, assinado pelo prefeito Olavo Egídio Setúbal, cujo artigo 1º diz:
“Fica denominada Félix Nascente Pinto a avenida Quatro, no Jardim Helena, em São Miguel Paulista (começa na Rua Dr. José Artur da Nova, entre as Ruas Cinco e Oito).
No artigo 2°, diz: “deverá constar na placa: “UMBANDISTA – 1975”
Em 1970, dentro das dependências do Primado de Umbanda foi criado o Hino da Umbanda, de autoria de J. M. Alves, o qual era freqüentador da casa, e o Hino foi gravado pela curimba da tenda do Sr. Félix, que gravou outro disco em 1973.
Enfim, participou de vários encontros de dirigentes, seminários, debates na televisão, fundou órgãos de defesa da Umbanda, jamais escondeu sua condição de Líder Umbandista.
A Tupã Oca do caboclo Arranca Toco, é uma escola para médiuns, que trabalha, pesquisa, procura esclarecer. Por meio de catecismos, livros, palestras, todos aprendem o que são as Linhas de Vibração Espiritual, as Falanges, a expressão de cada Orixá, sincretismo, recebem orientação sobre como se apresentar para uma incorporação perfeita, bem como cumprir os deveres e as obrigações da nossa Umbanda.
Palavras usadas por Félix Nascente Pinto, ouvidas de seu Pai Benjamim: “Umbanda é coisa séria para gente séria” e ainda, com suas palavras: “Umbanda prega amor e caridade sem ter covardia. Se formos atacados, nós nos defendemos através dos Orixás, caboclos, Preto-Velhos e assim por diante.
Todos os Umbandistas moram no meu coração e merecem o meu respeito; assim, faço com que eu também more em seus corações. Não considero ninguém mau,alguns agem erradamente por ignorância ou falta de conhecimento, sem falar nos aventureiros, que infelizmente estão infestando nosso meio.
Eles se aproveitam do rótulo de Umbanda para fazer uma série de patifarias. Os católicos se dizem irmãos em Cristo, e nós somos irmãos em Oxalá, que tem como representação a imagem de Jesus Cristo.
O verdadeiro Umbandista deve tratar a todos e aceitar a todos sem nenhum preconceito de raça, cor ou posição social.
Félix viveu uma vida em prol da Umbanda; ao desencarne, completava 50 anos de estudos e prática de Umbanda e candomblé (embora só praticasse a Umbanda).
Fez sua “grande viagem” no dia 20 de Setembro de 1975, deixando uma lacuna jamais preenchida dentro dos corações de quem com ele conviveu. Seus ensinamentos estão vivos nas mentes em que foram semeados.
Numa lição de amor, humildade, caridade e abnegação (pois nem na doença ele se afastou de seus “filhos”, ensinou a todos os umbandistas de verdade o quanto é difícil permanecer fiel ao sentimento nobre e puro de servir aos irmãos necessitados sem se envaidecer ou endeusar. Na verdade, muitos são os que pretendem subir a íngreme montanha da Umbanda pura, porém são raros os que não desanimam no meio da escalada, ou não optam por caminhos mais fáceis. Muitos são os chamados, porém poucos os escolhidos.
Todo aquele que se propuser a continuar a espinhosa tarefa de orientador ou médium, e não se acercar de humildade e uma forte dose de autocrítica, jamais conseguirá atingir o lugar de “Iluminado”.
Texto pesquisado por Márcio Licastro Citro
Texto extraído do livro”Os Decanos – Os Fundadores, Mestres e Pioneiros da Umbanda – Coordenadores Rubens Saraceni e Mestre Xaman – Ed. Madras
Versão reproduzida do Jornal de Umbanda Sagrada – ANO VI – 81
Manoel Lopes – outubro/2010
Prezado Irmão Manoel Lopes,
Sarava!
No dia 31 de agosto de 2008 foi realizada uma gira de confraternização em nossa sede do Primado do Caboclo Arranca Toco em São Paulo. Mais de cem comandantes federados do Primado, seus comandados e outros visitantes, estiveram presentes abrilhantando este tão importante evento, totalizando aproximadamente 250 pessoas.
As giras de confraternização são priorizadas por nós, do Primado, pelo fato de terem como objetivo o fortalecimento espiritual das tendas federadas e de seus médiuns bem como de toda a organização federativa. Visa também a união, a proximidade e fraternidade entre os irmãos umbandistas, fortalecendo assim a nossa religião.
No ano no qual comemoramos o Centenário da Umbanda, não poderíamos deixar de comentar que estas giras de confraternização são verdadeiramente uma demonstração do exercício da fé e amor à Umbanda, pois muitos deixam seus afazeres, ou mesmo seu lazer ou descanso para se unir aos seus irmãos de fé e guias espirituais para participar de um “banquete” espiritual, que é a nossa gira. Enriquecem a Umbanda e não saem de mãos vazias. Saem preenchidos de esperança e renovados de energia para prosseguirem em sua caminhada diária, muitas vezes com dificuldades diversas, mas certos de contarem com a proteção, o consolo e sustentação espiritual das entidades.
Durante a gira, neste dia de confraternização, seguindo o ritual do Primado (Escola do Caboclo Mirim) foram consagrados três médiuns, Sra. Rosani Aparecida Pilan da Tupã Oca do Caboclo Pena Branca – Jacareí – S.P foi consagrado Comandante Chefe de Terreiro , Sra Maria Helena Oliveira da Tenda de Umbanda Caboclo Pena Dourada ( Sorocaba – S.P ) foi consagrado Cabeça de Abareguaçu Sr. Paulo Roberto Benedito da Tupã Oca do Caboclo Pena Branca – Jacareí – S.P sob a cobertura espiritual do Caboclo da Mangueira – Primaz -C.C.T Maria Aparecida (Presidente do Primado do Caboclo Arranca Toco) que contou com a colaboração espiritual , no ternário, da cabocla Iracema ( Vice Primaz C.C.T Maria Imaculada ) e caboclo do Vento ( C.C.T Edson Ludogero ) ambos da Tenda Espírita de Umbanda Santa Rita de Cassia .
Nós, do Primado, juntamente com nossos federados, temos a imensa satisfação em informar à sociedade Umbandista que a partir deste mês, o nome oficial do Primado passará a ser: “PRIMADO ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA DE UMBANDA E CANDOMBLÉ DO BRASIL” tendo como nome fantasia: “PRIMADO DO CABOCLO ARRANCA TOCO”.
Com a alteração do nome, certamente obra sábia da espiritualidade, obteremos ainda mais fortalecimento espiritual para continuarmos a fazer nosso trabalho em prol da Umbanda, dando seguimento à nossa história que se iniciou em 28 de setembro de 1960 quando o Pai Félix, carinhosamente assim chamado por nós (Félix Nascente Pinto) fundou esta federação, trazendo e difundindo em São Paulo a doutrina do Caboclo Mirim. Paralelamente nesta mesma época, através de seus mentores espirituais, Pai Félix fundou a Associação Espírita Luz e Verdade – Tupã Óca do Caboclo Arranca Toco. No início contávamos com setenta Tendas filiadas, registradas na Guanabara – Distrito Federal. Atualmente o Primado do Caboclo Arranca Toco conta com mais de dois mil filiados.
Desde 1960 até os dias atuais o Primado vem seguindo o mesmo trabalho, respeitando as orientações de Pai Félix adepto da Escola do Caboclo Mirim. Os dirigentes do Primado sempre seguiram a mesma diretriz e não é diferente agora com a dirigente atual Maria Aparecida Naléssio que preside com amor e dedicação, atenta aos ensinamentos que adquiriu com Pai Félix, procura sempre passá-los para seus médiuns e federados.
O Primado cultiva a integração umbandista, o respeito ao meio ambiente, entende e pratica a união na diversidade e respeita e apóia todos os movimentos umbandistas da atualidade que visam unir,propagar e defender a Umbanda.
Nosso trabalho visa a difusão da doutrina umbandista, especialmente nesta fase de transição pela qual a humanidade esta passando. Incentivamos o trabalho de união dos umbandistas e de unificação do movimento, para a tarefa de difusão doutrinária, bem como entendemos a necessidade de união de todos em torno das Tendas e das entidades federativas, para que se possa atingir o objetivo da difusão doutrinária. Visamos o aperfeiçoamento das atividades de unificação, especialmente nas tarefas de apoio às Tendas. Enfim procuramos atender nossos federados em suas necessidades. Oferecemos também informações jurídicas e fiscais.
O Primado do Caboclo Arranca Toco também tem curso de formação sacerdotal, com orientação fundamentada nos preceitos da doutrina do Caboclo Mirim.Em nossa sede realizamos diversas palestras e cursos como o de “Preceito para Chefes de Terreiro”, “Atabaque”, “Ervas”, “Cromoterapia”, “Filosofia e Mediunidade”, dentre outros. Para maiores informações acesse nosso site na internet: http://www.primado.com.br e http://primadodobrasil.blogspot.com/
Estamos muito felizes por podermos compartilhar com todos os leitores este momento único em nossas vidas! Agradecemos a Deus, a toda espiritualidade, a todos Orixás e Entidades Espirituais, ao Caboclo Mirim, ao Caboclo Arranca Toco e ao Caboclo da Mangueira por ter nos dirigido e nos sustentado espiritualmente em mais uma grandiosa gira de confraternização! Agradecemos também a presença e o apoio de todos os nossos federados e visitantes!
O Primado do Brasil ( Tupã Oca do Caboclo Arranca Toco ) continua com a mesma raiz da escola de caboclo Mirim , a 50 anos de fundação em São Paulo, como fundador o Sr. Pai Felix Nascentes Pinto ( in memorian )
Meu Saravá Fraterno!
Maria Aparecida Nalessio
PRESIDENTE e Primaz DO PRIMADO
Osvaldo Trajano
Diretor Relações Publicas do Primado
e-mail : osvaldo.trajanos@hotmail.com
sede: Rua Mendes junior, 41 – Brás – São Paulo
contato :
site : http://www.primado.com.br
http://primadodobrasil.blogspot.com
Prezado irmão Osvaldo,
É com imensa alegria que acabei de ler seu comentário, no texto do Blog de estudos do Núcleo Mata Verde que fala sobre a vida de Sr.Felix Nascente.
Como já mencionei neste texto e nos outros, tenho uma grande carinho pelo Primado de Umbanda e pelos ensinamentos do Caboclo Mirim.
O texto despertou nos visistantes do site bastante interesse e para nós é muito importante a participação de um membro do Primado de Umbanda com comentários atualizados sobre a Tupã Oca do Caboclo Arranca Toco, e do atual Primado “PRIMADO ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA DE UMBANDA E CANDOMBLÉ DO BRASIL”.
Fiquei muito contente em saber que continuarão seguindo o mesmo trabalho, respeitando as orientações de Pai Félix adepto da Escola do Caboclo Mirim.
Transmita a Mãe Cida Nalessio meu fraternal abraço,
Saravá!
Manoel Lopes
Prezado Manoel Lopes
Muito interessante esses fatos.
Aqui em São Paulo existem dois Primados. Um na Rua Camomila Romana e outro na Rua Mendes Junior, no bairro do Brás, segundo pesquisei.
Voce tem algum comentário sobre isso?
Mais uma vez, voce está prestando grande serviço à Umbanda, divulgando fatos importantes da história.
Atenciosamente
Carlos
Olá Carlos,
Como tem passado, tudo bem?
Respondendo sua pergunta, pelo que sei, atualmente houve uma cisão entre o Primado do Rio e o Primado de São Paulo.
O Primado de Umbanda que fica localizado no estado do Rio , conforme seus estatutos é uma organização Federativa Nacional de caráter religioso e iniciático, tendo por finalidade estimular o estudo da religião de Umbanda e a difusão e defesa dos seus reais ensinamentos, dar formação sacerdotal e iniciática aos Comandantes Chefes de Terreiro das Instituições Federadas e Simpatizantes do Primado de Umbanda, bem como, divulgar estudos e pesquisas atinentes a Tradição Umbandista.
O Primado de Umbanda portanto é uma organização Umbandista e não permite filiação de barracões de Candomblé, e tem uma doutrina própria, iniciática ,como já comentamos nos textos.
Já o Primado de São Paulo, passou a se chamar Primado do Brasil e agora é uma federação de Tendas de Umbanda e Candomblé, é atualmente dirigido pela Maria Aparecida Nalessio, fica localizado na Rua Mendes Jr.,41 – Brás – São Paulo – SP.
Infelizmente não tem mais a característica do Primado de Umbanda do Sr. Felix.
Abraços,
Manoel Lopes
O Sr. Paulo Ricardo Landi está correto quanto sua correção ao assunto, José Manoel Alves era cego, compositor de músicas populares e compôs hinos para vários templos, alias, não achei qualquer ligação do J.M.A. com a Policia Militar conforme foi citado pelo adm do blog. Basta procurar informações sobre o assunto que são encontrados diversos textos afirmando isso. Na Revista Espíritual de Umbanda – Edição 20 fala sobre o assunto. Luz e Progresso a todos!
Olá Rodrigo,
Como mencionei no comentário do Paulo, até o ano de 2003 era comum nos sites você encontrar a letra do Hino da Umbanda e não ter nenhuma referência ao compositor do hino.(estamos divulgando a umbanda na internet,desde 1996)
Nesta época eu e o nitrix realizamos uma vasta pesquisa sobre quem seria o autor do hino da Umbanda, pois é um Hino maravilho, todos cantavam e quase ninguém sabia dizer quem era o autor.
Depois de algumas pesquisas, inclusive na minha lista a “Saravá Umbanda” encontramos algumas informações desconexas, mas já era um início.
Você encontra este texto no link: http://geocities.ws/nitrixbr/ensaio22.html
Praticamente todos textos após esta data que falam sobre a história do hino, foram copiados deste texto (infelizmente poucos citaram a fonte).
A única certeza era que tinha sido composto por J.M.Alves , o resto era um conjunto de informações desconexas, lendas, ouvi dizer, etc…
Divulgamos este texto em vária listas de e-mail na ocasião e para nossa surpresa,a grande maioria de sites passou a colocar o nome do autor do Hino.(Já era uma conquista)
Com o passar do tempo encontramos mais informaçõe sobre J.M.Alves em sites que não eram umbandistas, mas ligados a música.
Descobrimos então que J.M.Alves, era compositor, morava em São Paulo, frequentava o Primado de Umbanda e pertencia a Banda da força Pública, atual Policia Militar.
Se era cego não podemos afirmar.
Descobrimos que o Hino da Umbanda foi oficializado na 1ª Convenção do CONDU-Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda somente em março de 1976.
Recentemente encontramos este texto (sobre Sr. Felix) que saiu publicado no Jornal de Umbanda Sagrada, que tem muitos pontos em comum com as novas informações obtidas por mim.
J.M.Alves compôs muitas músicas, Hinos e Marchas militares.
Posso te afirmar que estas informaçõe estão mais próximas da realidade.
Segue abaixo uma pequena biografia do autor:
J. M. Alves o compositor do Hino, nasceu em 05/08/1907 em Monção, Portugal. Em 1929, veio para o Brasil, indo residir no interior do estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública (atual polícia militar), onde ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.
Ao longo de sua carreira compôs dezenas de músicas as quais foram gravadas por grandes interpretes da música brasileira como: Irmãs Galvão, Osni Silva, Ênio Santos, Grupo Piratininga, Carlos Antunes, Carlos Gonzaga e até a Banda da Força Pública de São Paulo que gravou a marcha “Pela Pátria”.
Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou a marcha “Pombinha Branca” de autoria de J.M. Alves em parceria Reinaldo Santos; em 1956, Zaccarias e sua Orquestra gravaram o dobrado “Quarto Centenário”, de sua parceria com Mário Zan, que se tornou um grande sucesso.
J.M. Alves compôs valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1957, realizou sua única gravação, acompanhado de sua banda. Pela RCA Victor, de sua autoria, foram gravados os dobrados “Craveiro Lopes” e “Domingo em Festa”
Para a Umbanda, e para vários Terreiros compôs diversos pontos gravados por diversos intérpretes, como por exemplo, “Saravá Banda” gravado em 1961 por Otávio de Barros, “Prece a Mamãe Oxum” gravado em 1962 pela cantora Maria do Carmo.
Alguns pontos cantados compostos por J.M. Alves: “Pombinha branca” (com Reinaldo Santos), “Ponto de Abertura” (com Terezinha de Souza e Vera Dias), “Ponto dos Caboclos”, “Prata da Casa”, “Prece a Mamãe Oxum”, “Xangô Rolou a Pedra”, “Xangô, Rei da Pedreira”, “São Jorge Guerreiro”, “Saravá Oxóssi”, “Homenagem à Mãe Menininha” (c/ Ariovaldo Pires), Saudação aos Orixás, além do Hino da Umbanda.
Para sua consulta segue alguns link´s:
Primado de Umbanda (varios arquivos em mp3)
http://www.primado.com.br/mid/capa.htm
Site do amigo Diamantino Trindade (autor do Livro Umbanda Brasileira – Um século de história), leia o que ele comenta sobre o hino:
http://mandaladosorixas.blogspot.com/2009/09/aspectos-historicos-sobre-o-hino-da.html
Site Dicionário Cravo – MBP
http://www.dicionariompb.com.br/j-m-alves
Ainda estamos pesquisando e procurando documentos da época (contemporâneos).
Abraços,
Manoel Lopes
Sr. Manoel,
parebens pelo texto muito interessante!
em todas as giras do TPM a primeira música a ser cantanda é o Hino da Umbanda, e sempre me emociono. É lindo ver meus irmãos de terreiro unidos no propósito de levar amor, fé e caridade através dos ensinamentos da umbanda para aqueles que necessitam.
O relato das dificuldades do Sr. Félix me lembrou uma época em que minha mãe pedia para não contarmos na escola que eramos umbandistas por medo da segregação.
obrigada por compartilhar seus conhecimentos conosco.
Abraços
OXALÁ, amado mestre
Senhor de bondade, de amor e de infinita misericórdia
Neste instante Senhor, em que reunimos em vosso santo e bendito nome, para iniciarmos (encerrarmos) os trabalhos mediúnicos da tarde de hoje, vos pedimos a vossa assistência, a luz e a permissão para trabalharmos na santa lei bendita de Umbanda, não só para o nosso bem, como para o bem de nosso próximo.
Que tenhamos forças Senhor, para podermos arrancar de dentro de nós, a vaidade, a maldade, o ódio, o orgulho, os vícios, enfim, tudo aquilo que vem prejudicando nossos progressos espirituais.
Que possamos manter nossas mentes sadias, boas concentrações de harmonia de pensamentos. Para melhor nos comunicarmos com as falanges benditas do astral.
Para que possamos dar de graça o que de graça recebemos.
E por em prática todos os ensinamentos, que nossos guias, mentores e protetores nos orientam.
Permiti, Senhor, que nossos trabalhos corram sempre em paz e harmonia e que sejam coroados de êxito.
OXUM, mais dos aflitos e pecadores.
MÃE IEMANJÁ, Rainha eterna de Umbanda.
Cubram com Vossos mantos benditos e sagrados, as nossas cabeças, abrigando-nos de todos os males.
E a todos que sofrem na terra e no espaço.
PAI OXOCE, Rei das matas, padroeiro do nosso humilde terreiro eviai-nos os bálsamos benditos das ervas santas, para que elas possam impregnar os nossos corações e as nossas mentes, purificando-os.
PAI OGUM, Pai Guerreiro defenda-nos das demandas, das tentações e dos perigos
Tomai conta de nossa gira, durante os nossos trabalhos. Afastando todas as perturbações maléficas, quer materiais, quer espirituais.
PAI XANGÔ, do alto da vossa pedreira, nos envia a faísca do raio luminoso e que possamos trabalhar com justiça e com verdade perante os nossos semelhantes.
PAI IOFÁ, falange de pretos velhos africanos, vinde nos orientar na prática bo bem e da caridade. Nos ensinando a verdadeira humildade.
Assim seja.
Senhor! Fazei-me o instrumento de vossa paz
Onde a ódio, deixa-me semear amor
Onde há injúrias, perdão
Onde há dúvidas, fé
Onde há desespero, esperança
Onde há tristeza, alegria
Onde há trevas, luz
Oh! Mestre divino
Permiti que eu não só procure ser consolado como consolar
Ser amado, como amar
Ser compreendido, como compreender
Porque é dando que recebemos
É perdoando que somos perdoados
E é morrendo Pai, que nascemos para a vida eterna.
Assim seja.
Em nome de Tupã, Nosso Pai Maior
De São Miguel Arcanjo, dos Arcanjos Gabriel e Rafael
Em nome de Oxalá, Oxoce, Ogum, Xangô, Oxum, Iemanjá e Iofá
Em nome do caboclo Zurykan, Caboclo Juparí,De vovó Joana, Pai Gabriel, Pai Chico, Tio Anacleto, Ogum Mêge
E de todos os trabalhadores da bendita seara do Senhor,
Damos por abertos (encerrados) os trabalhos mediúnicos da noite de hoje.
Sr. Manoel, parabéns pelos textos!
Abraços,
Existe uma incoerência em relaçõa a datas referente a criação do Hino da Umbanda.
Em 1970, dentro das dependências do Primado de Umbanda foi criado o Hino da Umbanda, de autoria de J. M. Alves, o qual era freqüentador da casa, e o Hino foi gravado pela curimba da tenda do Sr. Félix, que gravou outro disco em 1973.
Outra Informação a respeito…
Há uma história interessante com relação ao criador do hino, que já possui 47 anos de oficialização. Segundo foi apurado, a letra do hino foi composta na década de 60 por um cego, que em busca de sua cura foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Não conseguindo sua cura por ser o seu problema de origem cármica, compôs o hino da Umbanda para mostrar que poderia ver o mundo e a religião de outra maneira. Embora não tenha conseguido sua cura,se apaixonou pela Umbanda.
Seu nome: José Manoel Alves. Ele apresentou a letra a Zélio de Moraes, que gostou tanto que resolveu apresentá-lo como Hino Oficial da Umbanda no Segundo Congresso.
José Manoel Alves nasceu em Monção, Portugal. Em 1929 vem para o Brasil, indo residir no interior do Estado de São Paulo. Era compositor de músicas populares e compôs hinos para vários templos, inclusive o Primado de Umbanda de São Paulo. A música do hino foi composta por Dalmo da Trindade Reis.
Olá Paulo,
Agradecemos sua participação.
Em relação a “incoerência”, na realidade não existe.
O texto diz que o Hino foi composto em 1970 e que em 1973 foi gravado um disco com a curimba do Sr. Félix;portanto não existe incoerência nas datas.
Quanto a a história que você reporta,ela é uma pesquisa minha com o Nitrix em 2003.
Na ocasião ninguém sabia nada sobre o Hino da Umbanda, então saimos pesquisando e juntamos as várias partes do quebra-cabeça.
Infelizmente nem tudo condiz com a realidade.
J.M.Alves era da Policia Militar do estado de São Paulo, músico e não era cego.
Segue o link original, onde publicamos esta estória pela primeria vez:
http://geocities.ws/nitrixbr/ensaio22.html
Em relação ao texto publicado pelo Jornal de Umbanda Sagrada, tem bastante credibilidade,pois foi pesquisado inclusive no Primado de Umbanda.
Abraços,
Saravá!
Manoel Lopes