Iniciação e o Núcleo Mata Verde
Iniciação e o Núcleo Mata Verde
por
Manoel Lopes
No Núcleo Mata Verde seguimos uma doutrina chamada “Umbanda Os Sete Reinos Sagrados”, seus princípios são ensinados através do que chamamos de iniciação.
Podemos dizer que seguimos uma Umbanda Iniciática.
Este texto tem a finalidade de apresentar aos filhos recém chegados e aos interessados alguns conceitos sobre a Iniciação.
Vivemos neste planeta e somos filhos do planeta Terra, tanto nosso corpo físico quanto nosso espírito são frutos de um processo evolutivo.
Para facilidade de entendimento, os 5 bilhões de anos de formação do planeta Terra, foram divididos em períodos, fases ou em REINOS como chamamos na doutrina.
Cada fase ou reino tem sua característica peculiar, e que foram apresentados pelos mentores espirituais do Núcleo Mata Verde, e que chamamos de doutrina umbandista.
Este conhecimento é divulgado no livro “Umbanda Os Sete Reinos Sagrados” – Manoel Lopes – Ed.Ícone; e através de cursos abertos a todos os interessados. ( www.mataverde.org )
Estes sete reinos são a base do conhecimento iniciático e seus princípios se aplicam em todas as áreas da vida humana; tanto material como espiritual.
Os membros do Núcleo Mata Verde adquirem este conhecimento através do estudo teórico e das atividades práticas realizadas dentro do Templo.
Para isto trabalhamos com um sistema de sete graus iniciáticos e que recebem a nomenclatura e ordem semelhante aos reinos.
São eles:
Primeiro Grau – Grau do Fogo – Cor Vermelha – Abaré Tatá – Sacerdote do Fogo – Grau de Ogum
Segundo Grau – Grau da Terra – Cor Marrom – Abaré Ybi – Sacerdote da Terra – Grau de Xangô
Terceiro Grau – Grau do Ar – Cor Amarela – Abaré Ybitu – Sacerdote do Ar – Grau de Iansã
Quarto Grau – Grau da Água – Cor Azul Claro – Abaré Y – Sacerdote da Água – Grau de Iemanjá
Quinto Grau – Grau das Matas – Cor Verde – Abaré Caá – Sacerdote das Matas – Grau de Oxossi
Sexto Grau – Grau da Humanidade – Cor Branca – Abaré Abá – Sacerdote da Humanidade – Grau de Oxalá
Sétimo Grau – Grau das Almas – Cor Preta – Abaré Angá – Sacerdote das Almas – grau de Omulu
Durante sete anos o “filho do Terreiro” segue seu caminho, estudando e participando dos trabalhos, e em cada grau recebe suas instruções e responsabilidades.
Paciência e perseverança!
Neste período ele desenvolve sua sensibilidade espiritual, desenvolve sua intuição, educa sua mediunidade e aprende a sentir as sete forças primordiais existentes na natureza.
Embora o termo INICIAÇÃO seja muito utilizado dentro do Templo, percebemos que muitos ainda possuem alguma dificuldade para entenderem o significado da iniciação.
Segue abaixo alguns conceitos extraídos do livro “Mistérios e Misticismos das iniciações” de Paulo Sergio Rodrigues Carvalho.
INICIAÇÃO – Derivado da mesma raiz latina initia, na acepção de adquirir os primeiros rudimentos de ciência; início de uma nova vida religiosa, filosofia, social ou ética. A cerimônia da iniciação nos sagrados Mistérios, outrora ensinados pelos Hierofantes, como também em todas as religiões nacionais, é uma das mais antigas, tanto no culto exotérico ou público, como no esotérico ou oculto.
Segundo os maiores filósofos gregos e romanos, nos florescentes dias da antigüidade os Mistérios constituíam as mais sagradas das solenidades, e eram tidos no máximo respeito e reverência por todos os cidadãos, desde o mais humilde ao máximo potentado.
Pálidos reflexos de sua magnitude e significado se podem obter ainda nos Livros dos Mortos dos egípcios, no Livro dos Mortos Tibetano, no Zohar dos hebreus, no Evangelho de Cristo e no Apocalipse de S. João, e ver em seus monumentos perpétuos que são os antiqüíssimos Signos Zodiacais, a Grande Pirâmide do Egito e outras da Ásia e da América, o Labirinto de Creta e outros, a tão mal-interpretada Torre de Babel, e o Oráculo de Delfos, para citar só os mais conhecidos na atualidade. Os Mistérios ensinavam ou representavam a peregrinação do ser humano da vida mortal para imortal e as experiências póstumas da Alma ou Espírito nos mundos subjetivos, como também as leis do aperfeiçoamento da consciência pelo desenvolvimento progressivo de seus poderes internos, espirituais. Todavia, a verdadeira Iniciação não se perdeu; ainda existe, mas tão só para os poucos devidamente preparados e dispostos a “trilhar o caminho estreito como o fio de uma navalha”.
Ainda vigora em sua plenitude a lei de que “muitos são chamados e poucos os escolhidos”.
Joaquim Gervásio de Figueiredo
Posteriormente, durante a Antigüidade, a iniciação transformou-se numa espécie de educação gradual, na qual o discípulo, inicialmente instruído de suas possibilidades, por meio de uma exposição dogmática e ainda hipotética desenvolvia em si, por seus próprios esforços, faculdades transcendentes, das quais possui apenas o germe. Havia duas espécies de iniciação, denominadas pequenos e grandes mistérios. A primeira comportava apenas um apanhado sintético das ciências elementares e dos princípios gerais pouco definidos do Ocultismo. A segunda, a iniciação aos grandes mistérios, era chamada a Grande Iniciação, ou simplesmente a Iniciação. Abrangia a metafísica das ciências, no seu grande desenvolvimento, assim como a prática da Arte Sagrada, ou seja, todo o conjunto das ciências denominadas ocultas. A Arte Sagrada era ensinada nos templos por professores hierárquicos que faziam passar o neófito pelos vários graus do conhecimento. A Grande Iniciação era idêntica em todos os santuários ocultos. É preciso distinguir, todavia, entre a iniciação simbólica e a iniciação real ou vivida. Sobre tal distinção, A. Gedalge (Rhéa), escreve:
A Iniciação (real ou vivida), ao que parece, é um fato indiscutível. Deve ser cuidadosamente distinguida das iniciações simbólicas, que não são outra coisa senão as suas imagens, sem “esquemas”, pois, como toda ciência (e a iniciação real é uma ciência que se relaciona com a Filosofia e a Evolução) a Iniciação tem os seus “esquemas”. Ela é a única pela simples razão de que não pode ser outra coisa senão o resultado de um processo acelerado de evolução, levando o Iniciado a nele mesmo realizar o que, provavelmente, será o homem atual, daqui a tempos incalculáveis. Os símbolos florais da Iniciação fazem compreender o seguinte: a Aqüilégia, o Cravo e, sobretudo, a Rosa podem ser levados à perfeição, sem nunca perderem as suas faculdades geradoras, ao passo que as outras plantas, na maior parte das vezes, não abrem as suas pétalas senão ao transformarem as suas anteras. E, portanto, um progresso conseguido num sentido normal, que reclama a Iniciação, cuja meta é de criar a “obra- prima” da espécie humana. Se a Iniciação é uma, os processos empregados são múltiplos e é estes que se relacionam os vários “sistemas” iniciáticos conhecidos sob o nome de “Ciências Secretas”, como também os “mistérios” da antigüidade e os vários Ritos das “Sociedades iniciáticas” que existiram e ainda existem em nossos dias.
M. F. dos Santos, referindo-se à Iniciação, escreve por sua vez:
Nos povos orientais, e entre os egípcios, também entre os gregos, como se verificou entre os hindus,chineses e em todos os povos do mundo, e em todos os ciclos culturais, há um conhecimento secreto, um mysterion, que só é desvendado aos que estão devidamente preparados para nele penetrar, e aos que provem possuir dotes intelectuais e morais correspondentes e adequados ao que é exigido pela ordem iniciática. Há um certo conhecimento em todos os povos que revela e exige para alcançar a sua enunciação, que tenham sido precedidos por uma especulação, pois seu enunciado não poderia ser alcançado por simples instituições. A Iniciação era, assim, o odos, a via, que devia percorrer o mystos, o iniciado nos mistérios, guiado pelo mystagogos, o guia, o guru (em sânscrito), que orienta desde os primeiros passos. Os estágios desses conhecimentos são conhecidos por graus iniciáticos e eram acompanhados de provas intelectuais, morais e também físicas, na sua maior parte bem difíceis, e que exigiam até o risco de vida, como se vê nas iniciações dos egípcios, dos antigos gregos, etc.
Nicola Aslan
Este texto não pretende esgotar o assunto, mas despertar os umbandistas para a beleza que existe dentro dos Templos Umbandistas.
Para conhecer mais sobre a doutrina umbandista dos sete reinos sagrados, sugerimos o curso a distância – EAD , oferecido pelo Núcleo Mata Verde no site http://ead.mataverde.org
Saravá Umbanda!
Manoel Lopes – Dirigente do Núcleo Mata Verde
Obs.:Fique a vontade para divulgar este texto, só não esqueça de citar a origem